Daron Malakian: apreciador do “Modern Primitive”
Daron Artie Malakian é guitarrista e vocalista do System of a Down. Ele mora sozinho em Los Angeles e decora sua casa com tapetes persas, velas e muitos crânios. Quando criança ele estudou em uma escola armênia em Hollywood e diz que até hoje suas lembranças sobre o que sofreu na escola são um tormento para ele. Talvez seja por isso que em suas letras musicais ele pareça tão atormentado, abordando muitas vezes questões relativas à morte, catarse simplesmente (a arte também serve para isso). Californiano, filho de pai armênio nascido no Iraque e mãe armênia nascida no Irã, parte de sua família ainda mora no Iraque. Entre as personalidades com as quais se identifica estão Charles Manson, Madonna, Gandhi e Karem Abdul-Jabar. Daron diz que quando era adolescente, costumava dormir escutando como “cantiga de ninar” Cannibal Corpse e Deicide. Desde os quatro anos de idade ele sabia exatamente o que queria: tocar em uma banda. Um evento terrível em sua vida que o deixou mais vulnerável até agora foi a morte de sua avó. Ele admite estar sempre na defensiva e às vezes é bastante agressivo quanto às críticas, ele costuma levar tudo para o lado pessoal. Não poderia ser diferente, ele diz tocar guitarra com sua alma. Quanto à estética, Daron é bastante ligado em pinturas corporais e pinturas nos olhos:
Pintura nos olhos à maneira egípcia nos shows:
Pintura corporal em Chop Suey:
No Oriente Médio a pintura nos olhos com uma espécie de carvão ( pó de carvão – carbono – e especiarias – cravo, canela, pimenta) é considerada altamente purificadora, possui funções como limpeza dos olhos e também afastam maus espíritos. Os egípcios há 4.000 anos costumavam misturar chumbo a sua maquiagem para os olhos, para eles esse metal tinha propriedades medicinais que favoreciam o sistema imunológico. A aplicação dessa espécie de kajal é feita com um palito e é largamente usado na Índia, Marrocos e Egito. A henna é usada para pintura corporal no Oriente Médio, sendo que talvez sua primeira utilização tenha acontecido no Egito. Há tempos atrás a pintura com henna tornou-se muito popular através da fase espiritualizada de Madonna em 1998 que pintou suas mãos e chamou atenção para o uso da henna pelas mulheres indianas. A cantora pintou suas mãos para o videoclipe de Frozen do albúm “Ray of Light”. Isso provocou uma odiosa proliferação de tatuagens de henna por aí:
Vale lembrar que pintura corporal com henna também é considerada body art e faz parte do movimento “Modern Primitive”, conceito largamente utilizado no metal e também na cena industrial (rivethead). Roland Loomis ou Fakir Musafar é considerado pai do movimento Modern Primitive. Os “modern primitives” são as pessoas que vivem em um ambiente urbano, normalmente as grandes cidades, que utilizam a modificação corporal ao fazer referência ou homenagem ao rito de passagem em práticas de “culturas primitivas”. Estas práticas podem incluir piercing, tatuagem, suspensão coporal, utilização de espartilho, escarificação e branding entre outros. A motivação para essas práticas podem ser variadas, desde ritual de passagem ou espiritual até realização pessoal. Podemos então verificar que os modern primitives se apropriam da modificação corporal dos povos primitivos e culturas das quais não temos um amplo acesso. Fakir Musafar experimentou em seu próprio corpo diversos tipos de modificação corporal, também foi um dos primeiros a fazer suspensão corporal e tornou-se um ícone do underground sendo muito conhecido no BDSM e apreciadores do fetichismo. Fakir Musafar foi o nome que Loomis incorporou após sua iniciação na modificação corporal, ele percebeu que rituais de body art estavam intrinsecamente ligados à espiritualização do indivíduo, ou seja a modificação corporal leva a um auto-conhecimento. Fakir é considerado um xamã com claro interesse em explorar o corpo e suas partes em busca de uma espiritualização elevada. Em fevereiro de 1999, Musafar apresentou como convidado da Conferência anual do American College of Psychiatrists, sua palestra “A minha realidade, a sua realidade, realidade daqueles que você trata” com o objetivo de educar as pessoas quanto à modificação corporal e o xamanismo. Fakir tem uma biografia no mínimo curiosa, nasceu em uma reserva indigena, foi publicitário e dono de uma empresa no Vale do Silício. Em 1977 ele veio pela primeira vez ao público da Convenção de Tatuagem em Reno, Nevada.
Fakir Musafar
Fakir Musafar (à esquerda) em foto atual e ainda na ativa da modificação corporal:
Mais sobre Modern Primitive: http://www.bodyplay.com/
Espero que vocês tenham gostado de conhecer um pouco do “Modern Primitive” através das pinturas corporais de Daron Malakian. Agora que estou de férias, minhas postagens devem ficar mais frequentes. Obrigada pelas novas visitas e comentários.
gostei muito da materia.sou super fan do daron e sempre quis entender o que eram aqlas pinturas corporais e os tao destakdos olhos dle.axei mto intressant misturar tcnicas antigas com o estilo modrno.assim passamos a conhec mais a historia dos nossos antpassados.abraco.
Obrigada. Também gosto muito do Daron.Eu acho que todo moderno só existe porque teve o antigo anteriormente e de fato, todas as body modifications eram técnicas primitivas que foram parar nos modernos. Por isso modern primitive. Beijos! Obrigada pela visita.
Belíssimo post;
A riqueza de informações que vão além da opinião de quem está postando…
muito bom
Daron émuito foda mano!
😀
Msm com soh 13 aninhos sou completamente OBSCECADA pelo Daron,passo o dia lendo materias sobre ele e considero essa uma das melhores! Parabens!
Opa helena, quando irei poder te ver de novo?? k
?
Eu admiro muito o daron vey =) ele é foda e tbm canta e toca pra krl!
Daron é ótimo e o SOAD também. Bj!
Adorei o post.
Fiquei surpresa ao saber que o uso de espartilho pra modificação corporal se encaixa no modern primitive. E você se lembra de uma época dos anos 90 até + – 1999 que era moda fazer tatuagem tribal? Assim como hoje a moda é o old school e as caveiras mexicanas.
bjs
Ai Sana, eu adoro cultura mexicana, mas as caveiras mexicanas cansaram. Aqui na minha cidade a gente só vê caveira mexicana tatuada.